terça-feira, março 27, 2012

Cinzas.

Eu aqui sentada
Nesse fim de esquina
Num bloco de pedra
No fim da Marina
É o fim de tudo
E a calça aperta
E o bolso vazio
E a alma liberta
E o coração aperta
Afaga, alerta
Como os últimos
Toques do tambor

Tudo é negro
É o fim de tudo.

A música toca, mesmo
Com  a voz rouca e perna
Bamba e a perna torta
Há resistência, persistência
Carência sim essa há
Penitência será
O ponto final?
É o fim de tudo
Eu aqui sentada no bloco
Da esquina perto
Da praça
Aonde o casal enlaça os
Últimos suspiros do
Fim do dia.
É domingo
É fim de tudo.
É o fim do mundo.

Acabou-se o carnaval.

terça-feira, março 13, 2012

1/3

seu mau hálito matutino
o lençol velho da sua mãe
o cachorro lá fora latindo
te amo, 1/3

a rua clara e silenciosa
o barulho das árvores
do vento, em mim uma
sinfonia, estou barulhenta
quieta ao seu lado da
cama.
bed. bad.

eu queria estar diferente
honey
eu queria estar na tua
baby
mas nada nada me conquista
sadness


tentativa de apegar-me
enquanto você me pega
me testa e eu
brinco te fazendo
acreditar nesse amor
que ainda resta
te amo. 1/3.


eu queria ser melhor
but...
eu queria ser mais forte
fuck
eu queria te amar por inteiro
mas só 
te amo 1/3.
dot

terça-feira, março 06, 2012

Qualquer coisa doida dentro mexe.

E aquela coisa.

Aquela mesmo.

Era quase uma vontade de possuir.
Mas não era.
Era quase uma história pra se lembrar.
Mas não era.
Era quase um sonho pra não dormir.
Mas não era.
Era quase uma saudade.
e talvez fosse.

Aquela coisa. Aquela mesmo.

Música inquieta,
era quase um frevo.
Algo além carnaval.
Mas não era.
Era quase um medo.
E talvez fosse.

Mas, era o que então?
Aquela coisa.
Que se nem é aquela,
Pois jaz ainda aqui,
Se fazendo sentida.
Aquela coisa, então,
Nem era aquela.
Pois é esta. Esta coisa
Que eu nem sei mais o que é.
Mas está aqui. E é.